terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dia Mundial dos Animais

 

Em 4 de outubro comemora-se o Dia de São Francisco de Assis, considerado o padroeiro dos animais. De fato, é comum encontrar nas sedes das entidades de proteção animal imagens do santo italiano. Por sua relação de amor e respeito aos animais, a data serve também para comemorar o Dia Mundial dos Animais.



Declaração Universal dos Direitos do Animal

Art. 1º - Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Art. 2º - O homem, como a espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando este direito; tem obrigação de colocar os seus conhecimentos a serviço dos animais.

Art. 3º - Todo animal tem direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem. Se a morte de um animal for necessária, deve ser instantânea, indolor e não geradora de angústia.

Art. 4º - Todo animal pertencente a uma espécie selvagem tem direito a viver livre em seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e tem direito a reproduzir-se; Toda privação de liberdade, mesmo se tiver fins educativos, é contrária a este direito.

Art. 5º - Todo animal pertencente a uma espécie ambientada tradicionalmente na vizinhança do homem tem direito a viver e crescer no ritmo e nas condições de vida e de liberdade que forem próprias de sua espécie; Toda modificação deste ritmo ou destas condições, que forem impostas pelo homem com fins mercantis, é contrária a este direito.

Art. 6º - Todo animal escolhido pelo homem como companheiro tem direito a uma duração de vida correspondente à sua longevidade natural; Abandonar um animal é ação cruel e degradante.

Art. 7º - Todo animal utilizado em trabalho tem direito à limitação razoável da duração e intensidade desse trabalho, alimentação reparadora e repouso.

Art. 8º - A experimentação animal que envolver sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de experimentação médica, científica, comercial ou de qualquer outra modalidade; As técnicas de substituição devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9º - Se um animal for criado para alimentação, deve ser nutrido, abrigado, transportado e abatido sem que sofra ansiedade ou dor.

Art. 10º - Nenhum animal deve ser explorado para divertimento do homem; As exibições de animais e os espetáculos que os utilizam são incompatíveis com a dignidade do animal.

Art. 11º - Todo ato que implique a morte desnecessária de um animal constitui biocídio, isto é, crime contra a vida.

Art. 12º - Todo ato que implique a morte de um grande número de animais selvagens, constitui genocídio, isto é, crime contra a espécie; A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

Art. 13º - O animal morto deve ser tratado com respeito; As cenas de violência contra os animais devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se tiverem por finalidade evidenciar ofensa aos direitos do animal.

Art. 14º - Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem ter representação em nível governamental. Os direitos do animal devem ser defendidos por lei como os direitos humanos.




foto by me



"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, neste dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade".  (Leonardo da Vinci)

"Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor." (Pythagoras)


... vamos aproveitar a data para refletir por alguns instantes sobre tudo aquilo que devemos aos animais, sobre todos os erros cometidos até agora. Existe um caminho a ser seguido, que é o respeito a todas as formas de vida, tanto aos aspectos mais básicos, como abrigo e alimentação, quanto ao direito a afeto, liberdade e à vida.

{fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/}

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dia da Árvore


Mil desenhos loucos te tatuam. Mil formas te formam, deformam e te fazem ser. Abraço-te e sinto minhas formas fundirem-se com as tuas. Sorvo o instante de nossa impossível união e retiro-me com meu corpo marcado, para sempre, pelo teu.

Se eu pudesse, subiria à mais alta de tuas ramadas, escolheria o mais morno dos teus galhos e lá faria um ninho para os meus desejos. Depois, uma a uma, enfileirava as canções que o vento canta nas tuas folhas, juntava-lhes os risos dos pássaros e deixava- me sonhar apenas por um segundo. Se eu pudesse ...

Teu corpo, com cheiro de terra, detém o meu passo. O que terá feito aquela ramada crescer tão direita em direção à nascente e aquela outra descrever tantas e tão caprichosas curvas? O que terá feito o teu tronco tão terno de tocar e macio de sentar? Retomo devagar o passo, mas, um pouco adiante, paro e olho-te de novo; e o que me terá detido, me feito te tocar e ... escrever estas coisas?

Teus mapas (maravilhosas imperfeições), marcados ao acaso em teu corpo, são caminhos por onde navegam as canoas da minha imaginação. Se uns dias, ao passar indiferente, não os noto, não quer dizer que esteja longe de ti. Quer dizer (terrível confissão!) que estou longe de mim mesmo.

O vento assobia em teus velhos galhos canções estranhas. Ontem quase nada eras e hoje quase nada és. Entre raízes, a teus pés, sementes que te farão renascer em outros seres me lembram que minhas palavras, no papel, me farão também renascer, sempre que lidas. Por um instante, imagino que eternidade seja apenas isso.

Os espinhos que te protegem não me deixam tocar-te. Olho-te e sinto as couraças espinhosas de que me revisto e que me protegem, afastando-me de tudo o que me rodeia. Olho-te de novo e pergunto-me por quê.

Sinto como se fosse no meu, minha irmã, a ferida que fizeram no teu peito. Logo mais, na calada da madrugada, voltarei. Sei que não serei capaz de sanar a tua dor, mas prometo que colherei alguns de teus frutos e os levarei para terras onde as únicas armas conhecidas sejam o dardejar dos raios de sol, pela manhã, e o ribombar de risos de crianças, ao entardecer.

Observo a harmonia com que o teu tronco sustém as ramagens. Arranho-te ao de leve e cheiro a seiva das tuas entranhas. Sinto-me inebriado. Teu corpo desperta em mim sensualidades ignoradas. Um desconhecido passa. Sério, recuo alguns passos e examino-te com fingido ar catalogador. Ele... terá reparado? Retiro-me, despedindo-me de ti com um olhar de soslaio.

{As árvores do meu caminho - Pedro Veludo}
{fotos by Márcia B.}

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nunca pare de sonhar...

"Nunca se entregue,

nasça sempre com as manhãs.


Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar.


Fé..."

(Gonzaguinha)
{foto: Márcia B.}

quinta-feira, 28 de julho de 2011

No Dia de Combate às hepatites virais, saiba mais sobre a transmissão e a prevenção da doença

Muitas pessoas em todo o mundo têm hepatite, porém não sabem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 2 bilhões tenham sido infectados por vírus que causam doença e 1 milhão de pacientes morra em decorrência de inflamações no fígado a cada ano. O vírus da hepatite é de 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o HIV, causador da Aids.

No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, lembrado nesta quinta-feira, a OMS chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce dessa epidemia silenciosa. Na maioria dos casos, os sintomas não aparecem e, quando ocorrem, pode ser um sinal de que a doença já está na fase crônica. Os sintomas mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

— A pessoa não se reconhece doente. Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico é muito difícil — explica o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia Raymundo Paraná.

De acordo com o médico, o consumo de álcool e a obesidade contribuem para evolução mais rápida da doença.

Estima-se que existam 5 milhões de brasileiros infectados pelos vírus B e C da hepatite, segundo as entidades da sociedade civil. Mais de 90% desconhecem ter a doença. De 1999 a 2009, foram confirmados mais de 284 mil casos dos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E) no país, segundo o Ministério da Saúde. No mesmo período, mais de 20 mil mortes foram registradas, sendo 70% delas devido à hepatite C, a mais agressiva. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.

O desconhecimento da doença aumenta o risco de a inflamação no fígado agravar-se e provocar danos mais graves à saúde, como cirrose ou câncer. Humberto Silva, presidente da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite, defende que os médicos criem o hábito de pedir o teste para identificar a doença precocemente. O exame pode ser feito por meio da coleta de sangue ou biópsia do fígado.

— É preciso que alguém interrompa o ciclo da hepatite. Não se pode esperar que a pessoa descubra sozinha. Eu não sentia nada. A hepatite fica hospedada na pessoa e vai acabando com o fígado dela aos poucos, sem que ela perceba — disse.


Transmissão
As hepatites dos tipos A e E são transmitidas por meio do contato com indivíduo, água ou alimento contaminados pelo vírus, isto é, estes casos estão relacionados com a falta de higiene e de saneamento básico.

Já a transmissão das hepatites B e C ocorre por relação sexual desprotegida, da mãe para o filho durante o parto, pelo uso compartilhado de seringas, lâminas de barbear, alicates de unhas e objetos cortantes, assim como os usados em tatuagem e piercing, e por transfusão de sangue infectado. No caso da C, a infecção pelo sexo sem camisinha é mais rara.

A hepatite D se desenvolve em quem já é portador o vírus da hepatite B e a transmissão é semelhante a do tipo B.

Tratamento e prevenção 
O tratamento está disponível na rede pública de saúde, pode ter duração de seis meses a um ano, dependendo do tipo de hepatite. Podem ocorrer efeitos colaterais, como dores musculares e queda de cabelo, mas a taxa de abandono da terapia é baixa. Os medicamentos mais usados são o Interferon (injeção subcutânea) e a Ribavirina (comprimidos). Na rede privada, o tratamento pode chegar a R$ 50 mil.

No entanto, há também formas de prevenção. As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis em centros de referência imunobiológica e nos postos de saúde, respectivamente. Já contra a hepatite C não existe vacina, mas ela pode ser curada.

Além das vacinas, outras medidas de prevenção podem evitar a infecção pelo vírus, confira:

:: Utilize água potável;

Lucio Sassi / Agencia RBS:: Lave bem os alimentos antes de consumi-los;

:: Respeite recomendações relacionadas à proibição de banho em locais impróprios;

:: Use preservativos durante as relações sexuais;

:: Se frequentar estúdios de tatuagem ou manicures, fique atento a esterilização dos materiais utilizados.


BEM-ESTAR COM AGÊNCIAS Link de Origem

sábado, 9 de julho de 2011

Frio - Monique Kessous


Cada vez que eu penso em te ver
Vejo que não dá pra esquecer
Todo tempo que já passou
Tanta coisa ainda ficou
Como pode ser triste assim
Se eu te amo e sei que não tem razão
Eu ainda quero ser seu
Não me importa se eu sentir frio

Se eu sentir frio
Eu fico acordado
Fico ao seu lado até não ter vento
Folhas jogadas
Minhas pegadas
Vão caminhando até você

domingo, 3 de julho de 2011

Amiga

Uma amiga de verdade te dá uma bronca como seu pai,
se importa como sua mãe, implica com você como uma irmã,
te irrita como um irmão, mas te ama mais do que seu namorado.

[autoria desconhecida]

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa - 123º aniversário



















Há um poema dele, com o heterônimo Álvaro de Campos, que é um dos meus preferidos. Intenso, forte, ritmado. Eis:

Afinal 

  Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.  
  Sentir tudo de todas as maneiras.  
  Sentir tudo excessivamente,  
  Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas  
  E toda a realidade é um excesso, uma violência,  
  Uma alucinação extraordinariamente nítida  
  Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,  
  O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas  
  Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.  

  Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,  
  Quanto mais personalidade eu tiver,  
  Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,  
  Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,  
  Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,  
  Estiver, sentir, viver, for,  
  Mais possuirei a existência total do universo,  
  Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.  
  Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,  
  Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,  
  E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.  

  Cada alma é uma escada para Deus,  
  Cada alma é um corredor-Universo para Deus,  
  Cada alma é um rio correndo por margens de Externo  
  Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.  

 Sursum corda!  Erguei as almas!  Toda a Matéria é Espírito,     

  Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos  
  Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em sonho  
  E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!  
  Sursum corda!  Na noite acordo, o silêncio é grande,  
  As coisas, de braços cruzados sobre o peito, reparam  

  Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos  
  Que as vê como vagos vultos noturnos na noite negra.  
  Sursum corda!  Acordo na noite e sinto-me diverso.  
  Todo o Mundo com a sua forma visível do costume  
  Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso,     

  Escuto-o, e no meu coração um grande pasmo soluça.     

  Sursum corda! ó Terra, jardim suspenso, berço  
  Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva!  
  Mãe verde e florida todos os anos recente,  
  Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal,  
  Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adônis  
  Num rito anterior a todas as significações,  
  Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales!  
  Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,  
  Grande voz acordando em cataratas e mares,  
  Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,  
  Em cio de vegetação e florescência rompendo  
  Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso  
  A tua própria vontade transtornadora e eterna!  
  Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados,  
  Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,  
  Mãe caprichosa que faz vegetar e secar,  
  Que perturba as próprias estações e confunde  
  Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!     

  Sursum corda!  Reparo para ti e todo eu sou um hino!  
  Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica intima  
  Volteia serpenteando, ficando como um anel  
  Nevoento, de sensações reminescidas e vagas,  
  Em torno ao teu vulto interno, túrgido e fervoroso.  
  Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder quente  
  Meu coração a ti aberto!  
  Como uma espada traspassando meu ser erguido e estático,  
  Intersecciona com meu sangue, com a minha pele e os meus nervos,  
  Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre,     

  Sou um monte confuso de forças cheias de infinito  
  Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,  
  A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une  
  E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim  
  Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo,  
  Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira  
  Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,   
  Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.     

  Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.  
  Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,  
  No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo  
  Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos  
  Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.     

  Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,  
  Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo  
  De chamas explosivas buscando Deus e queimando  
  A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,  
  A minha inteligência limitadora e gelada.     

  Sou uma grande máquina movida por grandes correias  
  De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,  
  O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,  
  E nunca parece chegar ao tambor donde parte ...  

  Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito  
  Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si,  
  Cruzando-se em todas as direções com outros volantes,  
  Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço  
  Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.  

  Dentro de mim estão presos e atados ao chão  
  Todos os movimentos que compõem o universo,  
  A fúria minuciosa e dos átomos,  
  A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,  
  A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,     

  A chuva com pedras atiradas de catapultas  
  De enormes exércitos de anões escondidos no céu.     

  Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio  
  De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.  
  Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,  
  Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,  
  Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,  
  Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,  
  Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,  
  Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos,  
  Sobrevive-me em minha vida em todas as direções!