sábado, 1 de dezembro de 2012


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Por favor, espalhe. Espalhe agradecimentos: para o dia, para a vida e para as pessoas.
Um obrigado nunca saiu de moda.

Espalhe simplicidade, exagero só se forem de alegria ou no recheio do pastel.
Espalhe sorrisos, decrete o fim da cara feia.

Se o coração bater mais forte, espalhe amor.

Espalhe felicidade, com amigos, nas lembranças e nos almoços de domingo.

Espalhe verdade, o que faz a diferença nesse mundo é a sinceridade.

Espalhe carinho, magia e afeto. Espalhe doçura em cada gesto.

Espalhe. Vai, de um sabor a mais na vida.

Espalhe. Faça a diferença. Espalhe. Seja a diferença."



{Espalhe - Delírio}



quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

'Viver é uma oportunidade única!

Uma jornada individual que se reinicia todos os dias,

repleta de escolhas e possibilidades.

O bom aprendiz caminha atento e agradece ao acordar

a cada manhã, enxerga a beleza que

se disfarça na simplicidade

onde flui a paz, entende que os resultados

de hoje foram as opções de ontem, aprende a se refazer

nas pequenas conquistas,

aprecia o hoje antes do incerto amanhã, porque sabe que

não é o tempo que passa, mas nós quem passamos...

Vida é movimento e saber viver é uma arte...

Há uma longa distância entre sentir-se vivo e apenas existir.

O mundo interior dá sinais de alerta,

mas a rotina exterior o contesta.

Seguimos na confusão da vida sem notar quando

começamos a nos perder de nós mesmos, até que venha

a saudade num dia qualquer,

para nos lembrar de como éramos...


Assim, começa para muitos a busca íntima do resgate pessoal.

Para manter o rumo durante o percurso não basta

determinação, tem que ter coragem, saber arriscar e ousar.

Pedras atrapalham, mas também nos

ensinam porque surgiram;

nem sempre se pode removê-las, mas

contorná-las é possível

desde que os olhos se mantenham no horizonte, onde

estão as metas, sonhos e ideais.

Recomeçar sempre que for preciso é permitir-se

uma nova chance.

Datas não servem para marcar o início,

apenas para protelar. O melhor momento para o que

deve ser feito é e sempre será “agora”.

Quem espera não realiza, apenas se deixa levar...

Aproveite seu caminho a cada passo,

sinta-se livre em si mesmo,

redescubra o prazer e a leveza em simplesmente ser.

Cultive a paz no espírito e relacione-se

com seu Criador, porque ele acredita em você...

enquanto o mantém respirando.


No fundo o que importa..., “é fazer valer a pena”!'


 
{Mônica Comenale}


terça-feira, 14 de agosto de 2012


"O barato da vida é a diversidade. Pessoas não são iguais, e isso é o que faz este mundo ser tão colorido. Cada um tem o seu papel, seja ele na plateia, no palco ou nos bastidores. Uns nasceram para os holofotes, outros para os camarins. Uns vivem grandes amores, outros conseguem apenas um. Uns continuam com amor, outros irão viver a vida sempre sozinhos. Mas todos são merecedores de qualquer forma de amor.

Uma pessoa por cuidar dos bastidores tem o seu papel tão importante  quanto aquela que está no palco representando a peça e ganhando os aplausos. Nem todos serão abastados. Alguns inclusive vivem com muito pouco dinheiro, muito pouca beleza externa, pouco ou nenhum poder de atração. Uns brilham facilmente, outros precisam de muita maquiagem, muita purpurina para emanar algum brilho e às vezes nem conseguem. Alguns sequer possuirão uma colher de brilho e passam batido e sem destaque. Mas vivem e,  às vezes,  bem melhor, mais em paz. 

Existem pessoas tão espontâneas e que conseguem driblar a vida com tanta facilidade, que viver parece brincadeira. Outros carregam o fardo de suas dores e tudo parece muito difícil.  A uns é dada  a grandeza da resiliência,  a outros é dada  a sabedoria, a paciência. Outros possuem inteligência rara. Uns são simples, outros sofisticados,  ambos podem ser elegantes. Uns são da terra, outros são das nuvens. Todos, absolutamente todos, exercem o seu papel insubstituível nesta terra, e a ninguém deverá ser dado o orgulho de se achar melhor."

(Ita Portugal) 


segunda-feira, 30 de julho de 2012

♫☼♥ Feliz Aniversário, Poeta! ♥☼♫


O Tamanho da Gente


O homem acha o Cosmos infinitamente grande
E o micróbio infinitamente pequeno.
E ele, naturalmente,
Julga-se do tamanho natural...
Mas, para Deus, é diferente:
Cada ser, para Ele, é um universo próprio.
E, a Seus olhos, o bacilo de Koch,
A estrela Sírius e o Prefeito de Três Vassouras
São todos infinitamente do mesmo tamanho...


Mario Quintana




terça-feira, 3 de julho de 2012

A vida pode ser mais leve. Mais lúdica. Se eu não brincasse, enlouqueceria.

Não posso nem sei ser essa imagem que tanta gente congelou a respeito do que é ser adulto. Passo longe desse freezer.

Quero o calor da vida.
Quero o sonho e a realidade melhor que ele puder gerar.


{Ana Jácomo}

(imagem da net)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Carisma e Inocência - Martha Medeiros




Nestes tempos em que originalidade é mercadoria em falta, em que quase nada nos surpreende, foi notícia fresca saber que o ator Wagner Moura iria se apresentar com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá em dois shows promovidos pela MTV para comemorar os 30 anos da Legião Urbana, banda de rock que embalou a adolescência e juventude de uma geração inteira (a minha, inclusive) e que muitos consideram como a melhor de todos os tempos.

Não são comuns essas substituições, menos ainda quando o substituído é um sujeito idolatrado e messiânico como Renato Russo, e muito menos ainda quando não é um cantor profissional que assume o microfone. Alguém imagina o Robert Downey Jr. cantando ao lado de Krist Novoselic num tributo ao Nirvana? Eu não me incomodaria se a moda pegasse.

Wagner Moura é vocalista de uma banda amadora chamada Sua Mãe, o que já demonstra que não está muito interessado em lançar-se a sério no mercado fonográfico, mas o convite não veio daí, e sim por causa da cena em que cantou Será no filme VIPs: o personagem protagonista dava uma canja num bar, entre um golpe e outro.

Foi o que bastou para acender a lampadinha sobre a cabeça dos idealizadores da homenagem. É ele.

Correndo todos os riscos que as comparações provocam, Wagner topou, e que bom que topou. Deve ter pensado: “Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém”. Dançou feito um possuído, incorporou maneirismos do Renato, amou a plateia como se não houvesse amanhã e desafinou uma barbaridade sem perder o sorriso no rosto e o olhar arrebatado. Se divertiu a valer, que é pra isso que serve a vida. Estava vivenciando cada verso das músicas que cantava: “Quem me dera ao menos uma vez, como a mais bela tribo, dos mais belos índios, não ser atacado por ser inocente”.

Vibro com os inocentes, torço pelo time deles. São pessoas que saem da sua zona de conforto e testam-se em novos papéis sem queimar os neurônios. Nessa hora, somos todos atores sem texto, sem direção e sem rede de segurança, agindo por instinto e abraçando loucuras – perder tempo calculando prós e contras já é uma maneira de dizer não. Wagner gosta de cantar, é fã do Legião, tem familiaridade com o palco e viu no convite uma chance de fazer outro tipo de teatro. Não podia dar errado, mesmo com todas as desafinações previstas. Não podia porque as coisas feitas com espontaneidade, sem almejar algo além do momento vivido, já saem em vantagem. E porque Renato Russo havia cantado essa pedra quase três décadas atrás: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?”.

Poesia. É ela que sempre nos salva do ridículo e dá à vida uma transcendência cada vez mais necessária.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mãe!

Segue abaixo um belo texto que me fez recordar da minha mãe, como se eu estivesse escrevendo pra ela. Penso que são lembranças comuns a quem teve ou tem uma Mãe. E ainda é pouco pra descrever e dimensionar o que ela foi e é. Mesmo que fisicamente não esteja mais junto. E isso é só detalhe. ;o))



E o gostoso, que aquece o coração, é sentir que nenhum momento foi desperdiçado nessa especial experiência de Amor!


Feliz todos os dias, a todas as mamis!!!


(foto tirada por mim, do jacarandá que mami plantou)


Minha mãe, pra mim, é sol mesmo quando chove. É chuva, com direito a cheiro de terra molhada do quintal lá de casa, quando tudo fica árido. Silêncio capaz de amansar ruídos que eu não sei como fazer dormir. Voz que me ajuda a acordar esperanças quando elas ficam com preguiça de levantar. Uma presença que sabe acender o meu ânimo quando o breu se esparrama. Primavera para o meu olhar, não importa qual seja a minha estação. Um perfume inigualável. Ela e as coisas todas do mundo dela. Quando chega, traz lembranças minhas que apenas ela reflete e apenas eu consigo ver. Uma espécie de poema que o sentimento lê em voz alta somente para dentro.

Minha mãe foi a primeira música que tocou no meu rádio. A primeira paisagem. A primeira pessoa que me falou sobre milagres e, sem palavra alguma, me contou sobre Deus. Uma história de amor. Tanto faz se, às vezes, desconcertado. Tanto faz se, às vezes, atrapalhado pela mistura das coisas que são dela e das coisas que são minhas. Tanto faz se aprendendo a amar junto comigo nesses bancos da escola. Tem vez que a gente demora para resolver alguns exercícios mais complicados, mas a amizade que nos liga e construímos, página a página, sempre nos orienta na busca das respostas. Minha mãe é maciez pra minha alma quando a vida se faz áspera e quando não. Um lugar de conforto, onde eu posso ser. Amor, quando as minhas folhas caem e quando floresço. A mesa sempre posta, até quando sinto fome apenas de lembrar quem sou.

Estou convencida de que ninguém me conhece melhor do que ela. Sente a emoção da vez, antes de eu dizer “alô”. Sente quando omito alguma coisa, por mais sofisticados que sejam os meus disfarces. Sente a atmosfera da minhas palavras, antes que eu consiga ou resolva dizê-las. Conhece mais variações de sorrisos, silêncios e olhares meus e suas respectivas mensagens do que suponho mostrar. Ela não me conhece assim porque é versada na arte do conhecimento humano. Minha mãe é versada em mim, desde quando eu ainda nem era eu direito.

Parece ser especialista em previsões climáticas. Chove, quando não lembro do chapéu e ela diz pra eu não esquecer. Faz um frio absurdo, de repente, quando não levo o casaco e ela diz pra eu levar. Geralmente costuma doer quando alerta que vou me machucar e eu não ligo. Ah, sim, um bocado de vezes também exagera, erra na medida, lê seu oráculo de cabeça pra baixo e com lente de aumento, seja lá por falha intuitiva ou conveniência de seus receios maternos. Mas a verdade é que mãe parece mesmo ter um olhar diferente. Capaz de ver coisas que quaisquer outros olhos do mundo não sabem enxergar. Nem os nossos.

Minha mãe cantou para me fazer adormecer. Ensinou-me, com toda a paciência do mundo, a rezar para o meu anjo da guarda antes de eu dormir e de levantar da cama. Ensinou-me a respeitar o espaço das pessoas, a ser educada com gente de toda idade, a ser cuidadosa com as plantas e os bichos, a não me apropriar de nada que não me pertencesse. De mãos dadas, seguíamos pelas ruas e seguir de mãos dadas com ela pelas ruas era uma espécie de festa que acontecia toda manhã. Encapava meus cadernos. Perguntava o que havia acontecido na escola quando percebia que eu havia chorado, mas não contava para ela. De vez em quando, me surpreendia com meus lanches preferidos enquanto eu assistia "Sessão da Tarde": bolo "Ana Maria", mingau de cremogema, bolinhos de chuva.

Minha mãe costumava cantarolar, lá na cozinha, enquanto preparava o almoço. Nunca soube se era também por isso que a comida ficava tão gostosa e tinha um cheiro que eu não encontro em nenhum outro lugar. Costurava até altas horas da noite, fazia tricô, jogos de ráfia, enxoval para bebê, para ajudar o meu pai com as despesas, eu ficava por perto, ouvindo música, escrevendo meus versos. No início da adolescência, desconcertada, me falou, do jeito dela, sobre novidades que não sabia como me explicar direito. E quando eu sentia cólicas terríveis, lá estava ela, com seu chá de erva-cidreira e as toalhinhas quentes que passava a ferro para pôr sobre a minha barriga pra amenizar a dor. Às vezes é preciso que o mundo dê algumas voltas e a gente amadureça um pouco para ser capaz de leituras mais amorosas sobre um bocado de coisas. Leituras com braços e coração mais abertos.

Nos meus tempos de conga azul, cadernos com decalque, canetinhas silvapen, merendeira com lanche Mirabel, lá pelos sete anos de idade, no início daquilo que chamavam de “primário”, eu escrevia frases curtas que me pareciam enormes, recém-alfabetizada que era. Vocabulário restrito, para falar sobre a minha mãe, escrevi várias vezes tudo o que eu podia: “Minha mãe é bonita”. Atualmente, tenho muito mais do que sete anos e, ao longo das décadas, aprendi a escrever frases mais elaboradas, mas esta continua sendo perfeita. Para os meus olhos, as belezas que ela tem são ainda maiores, bem maiores, agora, olhando daqui. Bença, mãe!

(texto de Ana Jácomo)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A capacidade de se encantar - Martha Medeiros


Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?

Outro dia uma amiga que já deu a volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar a paisagem, ou que estão à beira do mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta.

Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem a elegância dos transeuntes, entram numa gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.

Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a Índia sem informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hambúrguer: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.

Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do iPad. Vão ao Rio, mas têm medo de ir à Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.

É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.

(Meu encanto, meu canto - foto by me)
*Quem não é feliz na sua aldeia, não é feliz em nenhum lugar. Márcia B.*

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Poder do Agora

Em um mundo onde as pessoas se revezam entre pensar no passado e fazer planos para o futuro, o agora não se manifesta. Permanece desperdiçado, ignorado, mantendo distantes as verdadeiras possibilidades de realização. Esse deslocamento descontrolado no tempo coloca a mente fora de ação e distancia o homem do sentimento de felicidade. Para ser conscientemente ativo e desfrutar da vida com qualidade, só mesmo estando integralmente atento e presente no agora.

Eckart Tolle fala muito bem disso. Quando decidiu escrever O Poder Do Agora, ele já se encontrava num estágio bem avançado de presença. Já havia passado por muitas experiências e vivências que o levaram a conhecer mais da essência de toda manifestação. Estava inteirado do universo de conceitos que fundamenta caminhos como o cristão, o budista, o hinduísta, o taoísta e outros da senda espiritual.

Depois de se dedicar unicamente ao seu desenvolvimento interior, através do entendimento, integração e aprofundamento da transformação, Eckart aprendeu que certos pensamentos e emoções impedem de vivenciar com plenitude a paz e a alegria que estão dentro de nós mesmos. Sua vida tem sido desde então uma colaboração no grande esforço de ensinar a humanidade a tomar consciência disso tudo.

“A mente, para garantir que permanece no poder, procura constantemente encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar encobertos pelo tempo, também a sua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.”

O Poder do Agora lança uma luz sobre os processos mentais automáticos, informando detalhadamente ao leitor como reverter esse quadro, bastando observar com dedicação o comportamento indisciplinado e inquieto da mente. E alerta como a resistência gerada por ela, apegada a seus padrões, bloqueia a ação da cura e prejudica a saúde do homem.

“O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga “sim” para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.”

Em o Poder Do Agora, Eckhart Tolle aborda com clareza a questão do presente.

A estreita ligação entre o eu sou e o eu estou, entre o agora e o aqui. O presente enquanto única realidade, em movimento de constante impermanência. Para isso, o autor se aprofunda na verdadeira identidade do “quem sou” e esclarece que o ego não é o verdadeiro você.

“O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você. Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio?”

E complementa. “Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte de aproximar. Morte significa despojar-se de tudo que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.”

Falar do agora não é tão simples como parece. Por isso, Eckhart precisa passar por uma imensidade de temas, e mostrar a unidade que está interligando todos eles. O futuro e o passado para falar do presente, o observador e o pensador para falar da consciência, a vida e a morte para falar da realidade.

“A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.”

O Poder do Agora nos ensina que as coisas realmente importantes, como o amor, a paz, a beleza, a alegria, a criatividade, surgem de um ponto além da mente. E que tomar consciência disso é o princípio do despertar. O livro é um guia honesto e competente para a descoberta do nosso potencial interior.

Para quem quer mudar de vida, deixar velhos hábitos pra trás, ele afirma: qualquer decisão de mudança deve começar neste exato momento. Um ensinamento que ressalta e enfatiza a importância do aqui e agora como única realidade onde e quando tudo acontece. O Poder do Agora é leitura transformadora. Um título valioso, com méritos para ganhar destaque na estante de grandes livrarias.


Um trecho de O Poder do Agora

Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:

– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.

– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?

– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.

– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.

– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!

– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.

O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: "Mas eu não sou um mendigo!"

Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, a provação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.



Título: O Poder do Agora

Autor: Eckhart Tolle

Editora: Sextante

Edição: 1

Número de Páginas: 224