sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vida é movimento

'Viver é uma oportunidade única!
Uma jornada individual que se reinicia todos os dias,
repleta de escolhas e possibilidades.
O bom aprendiz caminha atento e agradece ao acordar a cada manhã,
enxerga a beleza que se disfarça na simplicidade onde flui a paz,
entende que os resultados de hoje foram as opções de ontem,
aprende a se refazer nas pequenas conquistas,
aprecia o hoje antes do incerto amanhã,
porque sabe que não é o tempo que passa, mas nós quem passamos...
Vida é movimento e saber viver é uma arte...
Há uma longa distância entre sentir-se vivo e apenas existir.
O mundo interior dá sinais de alerta,
mas a rotina exterior o contesta.
Seguimos na confusão da vida
sem notar quando começamos a nos perder de nós mesmos,
até que venha a saudade num dia qualquer,
para nos lembrar de como éramos...


Assim, começa para muitos a busca íntima do resgate pessoal.
Para manter o rumo durante o percurso não basta determinação,
tem que ter coragem, saber arriscar e ousar.
Pedras atrapalham, mas também nos ensinam porque surgiram;
nem sempre se pode removê-las,
mas contorná-las é possível desde que os olhos se mantenham no horizonte,
onde estão as metas, sonhos e ideais.
Recomeçar sempre que for preciso é permitir-se uma nova chance.
Datas não servem para marcar o início, apenas para protelar.
O melhor momento para o que deve ser feito é e sempre será “agora”.
Quem espera não realiza, apenas se deixa levar...
Aproveite seu caminho a cada passo, sinta-se livre em si mesmo,
redescubra o prazer e a leveza em simplesmente ser.
Cultive a paz no espírito e relacione-se com seu Criador,
porque ele acredita em você...enquanto o mantém respirando.
No fundo o que importa...,
“é fazer valer a pena”!'

{Mônica Comenale}

sábado, 15 de agosto de 2009


"De todos os dons com que a natureza abençoou os seres humanos,
uma boa gargalhada deve sempre estar no topo da lista."

(Norman Cousins)
Permite que a tua vida se desenrole naturalmente.
Sabe que também ela é um veículo de perfeição.


Da mesma forma que inspiras e expiras,
há um tempo para estar à frente e um tempo
para ser último,
Um tempo para estar em movimento e um tempo
para descansar,
Um tempo para ser vigoroso e um tempo
para estar exausto,
Um tempo para estar a salvo e um tempo
para estar em perigo.


Para o sábio,
toda a vida é movimento
em direção à perfeição;
Assim, que necessidade tem do excessivo,
do extravagante ou do extremo?

Lao-Tzu
estes que vivem atormentados
buscando saber a origem da vida
parecem-me
(e com todo respeito, eu digo)
um tanto mal agradecidos

presente é presente
aceite!
e sorria...
(essa é a melhor maneira de entender a vida)

{Sabrina}

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O normal de cada um tem que ser original.


'Todo mundo quer se encaixar num padrão.


Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo.


A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?


Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.


Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.


A normose não é brincadeira.


Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Freqüentar terapeuta para bater papo? Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias.


Um pouco de auto-estima basta.


Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.


O normal de cada um tem que ser original.


Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.


Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.'


{Entrevista do professor Hermógenes sobre o ser humano estar sofrendo de normose, a doença de ser normal. Leia mais sobre o pensamento desse professor no link: http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=188&secao=3015}

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Meu coração fica junto ao coração dela..."

“A boca fala do que está cheio o coração”: esse é um ditado da sabedoria judaica, que se encontra nas Escrituras Sagradas. Bem que poderia ser a explicação sumária daquilo que a psicanálise tenta fazer: ouvir o que a boca fala para se chegar ao que o coração sente. Acontece comigo. Cada texto é uma revelação do coração de quem escreve.




Pois o meu coração ficou cheio com uma coisa que me disse minha neta Camila, de onze anos. O que ela falou fez meu coração doer. Como resultado fico pensando e falando sempre a mesma coisa.


A Camila estava na sala da televisão sozinha, chorando. Fui conversar com ela para saber o que estava acontecendo. E foi isso que ela me disse: “Vovô, quando eu vejo uma pessoa sofrendo eu sofro também. O meu coração fica junto ao coração dela...”


Percebi que o coração da Camila conhecia aquilo que se chama “compaixão”. Compaixão, no seu sentido etimológico, quer dizer “sofrer com”. Não estou sofrendo. Mas vejo uma pessoa sofrer. Aí eu sofro com ela. Ponho o outro dentro de mim. Esse é o sentido do amor: ter o outro dentro da gente. O apóstolo Paulo escreveu que posso dar tudo o que tenho aos pobres, mas se me faltar o amor, nada serei. Porque posso dar com as mãos sem que o coração esteja a sentir. A compaixão é uma maneira de sentir. E dela que brota a ética. Alguém foi se aconselhar com Santo Agostinho sobre o que fazer numa determinada situação. Ele respondeu curto e definitivo: “Ama e faze o que quiseres.” Pois não é óbvio? Se tenho compaixão nada de mal poderei fazer a quem quer que seja.


Fernando Pessoa escreveu um curto poema em que descreve a sua compaixão. Por favor, leia devagar: “Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa, passo. Nem distingue a memória do que vi do que fui”. Compaixão por um arbusto... Ele explica esse mistério da alma humana dizendo que “em tudo quando olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa passo...” Os olhos, movidos pela compaixão, o faziam participante da sorte do pequeno arbusto...


Eu já sabia disso. Mas nunca havia enchido o meu coração ao ponto de doer. Doeu porque liguei a fala da Camila a essa tristeza que está acontecendo no Brasil.


Os corruptos são homens que passaram pelas escolas, são portadores de muitos saberes. Tendo tantos saberes, o que lhes falta? Falta-lhes compaixão.
 
A falta de compaixão é uma perturbação do olhar. Olhamos, vemos, mas a coisa que vemos fica fora de nós. Vejo os velhos e posso até mesmo escrever uma tese sobre eles, se eu for um professor universitário. Mas a tristeza do velho é só dele, não entra dentro de mim. Durmo bem. Nossas florestas vão aos poucos se transformando em desertos mas isso não me faz sofrer. Não as sinto como uma ferida na minha carne. Vejo as crianças mendigando nos semáforos mas não me sinto uma criança mendigando num semáforo. Vejo os meus alunos nas salas de aulas, mas meu dever de professor é dar o programa e não sentir o que os meus alunos estão sentindo.


De que vale o conhecimento sem compaixão? Todas as atrocidades que caracterizam os nossos tempos foram feitas com a cumplicidade do conhecimento científico. Parece que a inteligência dos maus é mais poderosa que a inteligência dos bons.


Sabemos como ensinar saberes. Há muita ciência escrita sobre isso. Mas não me lembro de nenhum texto pedagógico que se proponha a ensinar a compaixão. Talvez o livrinho de Janucz Korczak Como amar uma criança . Mas Korczak é uma exceção. Ele sabia que para se ensinar algo a uma criança é preciso amá-la primeiro. Korczak era um romântico... Por isso o amo...


Aí fiz a mim mesmo uma pergunta pedagógica: “Como ensinar a compaixão? Conversando sobre isso com minha filha Raquel, arquiteta, ela se lembrou de um incidente dos seus primeiros anos de escola, quando menina de sete anos. Seria o aniversário da faxineira, uma mulher que todos amavam. A classe se reuniu para escolher o seu presente. Ganhou por unanimidade que, no dia do seu aniversário, as crianças fariam o seu trabalho de faxina. Disse-me a Raquel que a faxineira chorou...


Sei que as crianças aprendem com o olhar, o olhar das professoras. Elas sabem quando as professoras as olham com os mesmos olhos com que Fernando Pessoa olhava o arbusto. Sei também que as estórias provocam compaixão, quando o leitor se identifica com um personagem. Sei de um menininho que se pôs a chorar ao final da estória O patinho que não aprendeu a voar. Ele teve compaixão do patinho. Identificou-se com ele. Vai carregar o patinho dentro de si embora o patinho não exista. Lemos estórias para as crianças e para nós mesmos não só para ensinar a língua mas para ensinar a compaixão.


Mas continuo perdido. Preciso que vocês me ajudem. Como se pode ensinar a compaixão?


{Rubem Alves}

domingo, 2 de agosto de 2009

Amor

"As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas." (Normam Mailer)


Temos a mania de achar que o amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, buscamos o amor na Internet, buscamos o amor na parada do ônibus... Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor salva, só o amor traz felicidade.


Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará, e, caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima.


Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu." Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas. O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro ser feliz para só então surgir diante de você sem máscara e sem fantasia. É essa a condição. É pegar ou largar.

Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de sí e não se autoflagelam por causa de erros que cometeram. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa.
{Martha Medeiros}


Resumindo: ame-se!